Adenomiose: quais são as últimas recomendações e evidências?
- agosto 9, 2023
- Postado por: GinecoAcademy
Nenhum comentário

A SOGC (Society of Obstetricians and Gynaecologists of Canada) publica as suas novas diretrizes sobre o diagnóstico e manejo da adenomiose uterina com base nas evidências mais recentes sobre o tema
Confira as 16 principais recomendações abaixo:
- A ultrassonografia transvaginal (USTV) deve ser a modalidade de imagem de 1ª linha na suspeita de adenomiose em pacientes com sangramento menstrual intenso, dor pélvica, infertilidade, abortamento espontâneo e outros desfechos adversos da gravidez.
- O USTV em pacientes com sintomas sugestivos de adenomiose deve ser avaliado quanto a: presença de características típicas de adenomiose, localização, doença focal ou difusa, doença cística ou não cística, camada uterina acometida, extensão da doença e o tamanho da maior lesão ou área afetada.
- A ressonância magnética deve ser considerada se a avaliação US for inconclusiva de adenomiose ou for suspeita de patologia pélvica concomitante significativa.
- Contraceptivos hormonais, SIU-levonorgestrel e dienogeste devem ser usados como opções de 1ª linha para dor e sangramento menstrual intenso por adenomiose.
- Os análogos de GnRH podem ser considerados de 2ª linha para o tratamento da dor e do sangramento menstrual intenso por adenomiose; a terapia hormonal add-back deve ser iniciada se os análogos forem usados > 6 meses.
- A embolização da artéria uterina é uma opção de tratamento eficaz para sangramento intenso e dor associada à adenomiose; pode ser oferecida a pacientes que não desejam engravidar e gostariam de preservar o útero.
- Procedimentos minimamente invasivos de ablação térmica, como ultrassom focalizado de alta intensidade (HIFU), radiofrequência e ablação percutânea por micro-ondas, poderão ser usados para o tratamento de adenomiose sintomática no futuro, mas dados adicionais são necessários antes de serem usados fora do contexto de pesquisa.
- Adenomiomectomia é uma opção de tratamento eficaz para adenomiose sintomática.
- A adenomiomectomia pode ser um procedimento cirúrgico desafiador, com potencial para morbidade perioperatória significativa, e deve ser realizada por cirurgião experiente.
- A adenomiose focal pode ser passível de excisão cirúrgica usando vias minimamente invasivas (laparoscopia, robótica); no entanto, a adenomiose difusa é melhor abordada usando uma técnica aberta.
- Dado o risco substancial de hemorragia intraoperatória, a anemia deve ser corrigida antes da adenomiomectomia.
- Pacientes submetidas a adenomiomectomia devem ser aconselhadas sobre o impacto incerto desses procedimentos na fertilidade e na gravidez. Elas devem ser especificamente informadas sobre o risco aumentado de ruptura uterina durante a gravidez e a necessidade de cesariana antes do trabalho de parto.
- A histerectomia total é uma opção de tratamento eficaz para adenomiose sintomática e pode ser oferecida a mulheres com prole definida após aconselhamento adequado sobre riscos, benefícios e tratamentos alternativos.
- As pacientes com dismenorreia submetidas ao tratamento cirúrgico da adenomiose devem ser aconselhadas a fazer a excisão concomitante de qualquer endometriose coexistente durante a cirurgia, para um alívio mais completo dos sintomas.
- O impacto da adenomiose nos desfechos gestacionais em pacientes submetidas a tratamentos de fertilidade é incerto.
- Para pacientes com adenomiose submetidas a fertilização in vitro, a supressão (down-regulation) com aGnRH por um período de 2 a 4 meses pode ser considerada antes da transferência de embriões frescos ou congelados.
Referência:
- Dason ES, Maxim M, Sanders A, Papillon-Smith J, Ng D, Chan C, Sobel M. Guideline No. 437: Diagnosis and Management of Adenomyosis. J Obstet Gynaecol Can. 2023 Jun;45(6):417-429.e1. (acesse)
Veja também:

